Acho engraçado o choque cultural entre brasileiros de regiões diferentes. Conversando ontem com um amigo teólogo baiano, Jeremias Santiago, que conclui um período de estágio em Peabiru, fiquei sabendo que na terra dele amendoim se come cozido e com sal e que isso se vende em bares, padarias, e que lhe faz uma falta danada... Disse que no dia de São João, longe da Bahia, deu-lhe uma tremenda fissura: percorreu Peabiru inteira procurando um lugar onde se vendesse amendoim cozido. Coitado!
Trata-se, evidentemente, de apenas uma das particularidades da Bahia. A culinária baiana tem algo de especial. Talvez, porque seja de certa forma divinizada, sacralizada. Acho interessante, por exemplo, como descendentes de africanos associam o alimento às divindades do candomblé. Cada orixá tem um prato específico, uma comida preferida:
EXU – Farofa, pipoca, feijão, inhame, mel, gim, azeite de dendê e pinga [padê];
OGUM – Feijoada, xinxim, acarajé e milho branco [macundê];
OXALÁ – Arroz socado no pilão, mel, milho branco sem tempero;
OXÓSSI – Bolo de milho branco ou amarelo [acaçá], coco, peixe de escamas, feijão e até Karo [uia!];
OSSAIM – Feijoada, mel e coco;
OXUMARÉ - Amendoim cozido [dá-lhe, Jeremias!], batata doce e mel;
OXUM – Feijão-fradinho, ovo, mel e milho branco;
XANGÔ – Quiabo com camarão seco [ajobô], arroz, feijão e farofa;
IANSÃ – Acarajé;
OBÁ - Ajobô, arroz, feijão e farofa;
NANÃ – Folha de mostarda com arroz;
IEMANJÁ - Arroz com mel e manjar branco.
Agora, se um dia eu me tornar um orixá [já que perdi as esperanças de ser canonizado, fico satisfeito com o sincretismo], tenham a bondade de acrescentar àquela lista:
SEXUGI [até parece mesmo nome de orixá, hehehe...] – Carneiro ao vinho, quibe com bastante hortelã e cominho, paçoca, sopa de feijão, pizza de gorgonzola, vinho tinto, churrasco, Doritos Queijo Nacho, chocolate meio-amargo, pinhão, tabule, leite condensado cozido, gnocchi, pão de queijo e café forte. Oferendas de peixe ou frutos do mar terão sido afronta, heresia gravíssima. Do litoral, só mesmo o Barreado de Paranaguá.
Trata-se, evidentemente, de apenas uma das particularidades da Bahia. A culinária baiana tem algo de especial. Talvez, porque seja de certa forma divinizada, sacralizada. Acho interessante, por exemplo, como descendentes de africanos associam o alimento às divindades do candomblé. Cada orixá tem um prato específico, uma comida preferida:
EXU – Farofa, pipoca, feijão, inhame, mel, gim, azeite de dendê e pinga [padê];
OGUM – Feijoada, xinxim, acarajé e milho branco [macundê];
OXALÁ – Arroz socado no pilão, mel, milho branco sem tempero;
OXÓSSI – Bolo de milho branco ou amarelo [acaçá], coco, peixe de escamas, feijão e até Karo [uia!];
OSSAIM – Feijoada, mel e coco;
OXUMARÉ - Amendoim cozido [dá-lhe, Jeremias!], batata doce e mel;
OXUM – Feijão-fradinho, ovo, mel e milho branco;
XANGÔ – Quiabo com camarão seco [ajobô], arroz, feijão e farofa;
IANSÃ – Acarajé;
OBÁ - Ajobô, arroz, feijão e farofa;
NANÃ – Folha de mostarda com arroz;
IEMANJÁ - Arroz com mel e manjar branco.
Agora, se um dia eu me tornar um orixá [já que perdi as esperanças de ser canonizado, fico satisfeito com o sincretismo], tenham a bondade de acrescentar àquela lista:
SEXUGI [até parece mesmo nome de orixá, hehehe...] – Carneiro ao vinho, quibe com bastante hortelã e cominho, paçoca, sopa de feijão, pizza de gorgonzola, vinho tinto, churrasco, Doritos Queijo Nacho, chocolate meio-amargo, pinhão, tabule, leite condensado cozido, gnocchi, pão de queijo e café forte. Oferendas de peixe ou frutos do mar terão sido afronta, heresia gravíssima. Do litoral, só mesmo o Barreado de Paranaguá.
Mas, enquanto isso não acontece, vou experimentar o tal amendoim cozido. Será que presta? Oxalá!
2 comentários:
Desculpa eu estar te "perseguindo" novamente, não, porque você tem orkut, eu quero te adicionar;
você tem MSN, eu quero te adicionar;
agora, você tem blog, e olha eu aqui denovo!!! Se eu ainda te conhecesse pessoalmente, vá lá. Isso só pode ter esse nome mesmo, "perseguição", mas é que você faz uns trabalhos tão bem-feitos, que eu fico curioso pra olhar mesmo. E, vou te contar, esse blog me surpreendeu. Tá 10? Não, tá 100. Não, tá 10000000000... Tá muito bom, tá ótimo.
Mas eu tô aqui pra dizer que eu ADOREI esse negócio dos orixás que você escreveu. E se, você um dia virar orixá, eu vou oferendar isso tudo aí que você disse. E vou tomar cuidado com os peixes e frutos do mar, pra não sofrer uma maldição terrível, OK? Então é isso. Até mais.
Obrigado pela generosidade, JP! Continue acompanhando o blog! Abraço!!
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