A tarde mansa e sem alarde,
Em brisa leve ao fim do dia,
Se mescla à noite às seis da tarde
E chama os crentes à Ave-Maria...
É nessa hora, quando anoitece,
Ao cerrar do breu como cortina,
Que a Virgem ouve a cada prece
De quem no mundo peregrina.
Que no teu rogo, Senhora minha,
Se ache o nome deste vão poeta.
Que meus rabiscos, qual ladainha,
Louvem de Deus a mais dileta.
Ao som sagrado de Gounod
Ou na sanfona orante de Luiz Gonzaga,
Ofereço cantando o que sou
Àquela que as dores apaga.
O badalar rijo do sino
Também lhe canta amor sincero,
Como o fez Tomás de Aquino
E até Martim Lutero!
Sob luz tíbia e à caneta,
poetizo eu à minha maneira,
Pois nas areias, José de Anchieta
Já exaltava a Medianeira.
E não há mortal que enumere
Os poetas todos da Mãe-Donzela:
Raimundo Correia, Dante Alighieri,
Olavo Bilac, Fagundes Varela...
E até que eu tenha fôlego no peito,
Também terei a poesia,
Que mostre todo meu respeito
E meu amor à Mãe Maria.
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