sábado, 12 de julho de 2008

Fila do mercado

Encontrei de manhã minha ex-professora na fila do supermercado. Ainda bem, porque fila de mercado no sábado é um pé no saco, um verdadeiro exercício de paciência/penitência. Relembramos as aulas, as minhas teimosias, os teatros cômicos, os projetos e outros assuntos do gênero, com boas gargalhadas. Por fim, elogiou meus rabiscos neste espaço e me fez uma pergunta simples mas que me deixou encucado:

— Por que você escreve?

Ainda bem que era a minha vez de passar pelo caixa, e pude escapar da resposta. Isso é lá pergunta que se faça, profª Marilene? Hehehe.... Escapei da resposta, não do questionamento. Mas, como assim, "por que eu escrevo"? Tenho que ter motivo?

Escrevo porque gosto de escrever. Melhor, de rabiscar. Rabisco, rabisco, finjo que escrevo. É só fingimento. Mas, fico satisfeito.

Rabisco não "porque", mas como quem escreve e joga no mar mensagens dentro de garrafas. Não existe um porquê. É assim mesmo, à toa. O que existe sim é uma expectativa – boba, talvez – de que algum curioso com espírito sublime [porque só os curiosos com espírito sublime valorizam essas que a maioria chama de coisas de quem não tem o que fazer] abra essas garrafas, leia meus rascunhos, e pense. Expectativa, não porquês.

Só isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

É Fábio. Escrever aquilo que está na mente é o início da corroboração de que se é um pouco louco. Parabéns, por escrever. E F... quem critica àqueles que escrevem, pois, no fundo, querem, também, escrever. No entanto, não estão à beira da loucura.
Abraço. Alex Dancini.