quinta-feira, 23 de julho de 2009

XII Prêmio Cidadão de Poesia


Saiu o resultado do XII Prêmio Cidadão de Poesia, um certame literário que tem por objetivo revelar os novos talentos da lírica em língua portuguesa. Acabei ficando com a 2ª colocação: algo que realmente me deixa satisfeito.

Segue o resultado completo:

Premiados
Primeiro Lugar: Flávia Perez (Campinas/SP)
Segundo Lugar: Fábio Alexandro Sexugi (Peabiru /PR)
Terceiro Lugar: José Carlos da Silva (Mauá/SP)

Menções Honrosas
Alessandra Pires Bertazzo (Curitiba-PR)
Ângelo Pessoa Martins (Cordeiro/RJ)
Carlos Alberto Barros (São Paulo/SP)
Carmen M. da Silva Fernandez Pilotto (Piracicaba/SP)
Fabrício de Queiroz Venâncio (Salvador/BA)
Mariana Ohlweiler (Ivoti/RS)
Sérgio Bernardo (Nova Friburgo-RJ)

A cerimônia de premiação acontecerá no Clube dos Comerciários (entidade que promove o concurso), no no Jardim Limeirânea, em Limeira/SP, no próximo dia 25. A iniciativa do poeta Otacílio Cesar Monteiro, organizador do prêmio, deve ser reconhecida e imitada.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Letras da Primavera


Recebi hoje de manhã, pelo correio, um ofício emitido pelo Prof. Litério Augusto Marques, que é Prefeito (presidente da câmara) de Anadia, cidade portuguesa fundada na época do descobrimento do Brasil, me felicitando pela vitória no concurso literário "Letras da Primavera".

A cerimônia de premiação aconteceu no dia 09 de maio, Dia Mundial da Poesia, na Biblioteca da cidade. Na ocasião, foram lidos o meu poema (vencedor na categoria "Público em geral") e minha mensagem de agradecimento.

No meu discurso, enviado por e-mail aos organizadores do certame, dediquei o prêmio ao poeta anadiense Manuel Alves, um repentista analfabeto, morto no começo do século passado. Sua poesia foi compilada por Tomás da Fonseca. Em Anadia, em homenagem ao poeta, foram dedicados uma rua e um monumento. É dele o poema que segue:

Morri, já não sou poeta,
de escrever cansou a mão!
Os versos que tenho feito
por eles sinto paixão.

Se a poesia tem acções
Que ofendem tanta pessoa,
Porque é que a nobre Lisboa
Festeja o grande Camões?
Mesmo as divinas canções
Vêm do céu por linha recta...
Mas visto que a mão secreta
Constantemente ameaça,
Chegou a minha desgraça:
MORRI, JA NÃO SOU POETA!

Meus versos estão cansados,
Visto que para eles morri...
Estes que eu canto hoje aqui
Fui pedi-los emprestados.
Os meus foram protestados
Por uma infame mão,
Que jurou tentar acção,
Fazer guerra à poesia...
Mesmo quem m'os escrevia
DE ESCREVER CANSOU A MÃO!

Os pastores da Galileia,
Junto à lapa de Belém,
Cantaram versos também
Ao Cristo, rei da Judeia...
Mas hoje a moderna ideia
Ao verso chama defeito!
Consta que um certo sujeito
Mandou já pôr editais
Para eu não cantar mais
OS VERSOS QUE TENHO FEITO!

O grande João de Deus,
Esse poeta moderno,
Por versos mostrou o inferno,
Por versos falou dos céus!...
Porque é que aos versos meus
Se proíbe a execução,
Quando muitas vezes vão
Cingir a honra entre a palma!?
Ai, versos da minha alma,
POR ELES SINTO PAIXÃO!








Obrigado, Anadia!
Obrigado, Portugal!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Germinando


A edição de № 29 da Revista Germina, uma das mais conceituadas publicações sobre arte e literatura do Brasil, dedica um espaço do suplemento literário para a publicação de versos meus em português e italianos.

Além de mim, também estão os escritores: Bruno Prado, Camilo Lara, Carlos Perktold, Casé Lontra Marques, César Cardoso, Demétrio Panarotto, Eder Fogaça, Eduardo Baszczyn, Emerson Pereti, Felipe Stefani, Fernando Koproski, Jairo Faria Mendes, Juracy Ribeiro, Jurema Barreto de Souza, Leonardo Marona, Maíra Matthes, Marcelo Rocha, Mima Carfer, Nilze Costa e Silva, Ordisi Raluz, Roberto Denser, Sarah Forte, Saulo Marzochi, Tião Martins e Valquíria Rabelo.

Um beijo à Silvana Guimarães, coeditora e designer da revista, que enxergou algo de comestível nos meus rabiscos.

Cliquem na imagem acima, ou acessem o link www.germinaliteratura.com.br/2009/fabio_sexugi.htm e comentem, por favor!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Ciao, bella Italia!


O blog completou um ano quando voltei da Itália, trazendo na mala o troféu da crítica para a Literatura do Prêmio Primaverart de Lecce, no extremo sul da Itália, conhecida legitimamente como a Cidade das Artes.


O prêmio, conforme já publicado anteriormente, é uma iniciativa conjunta da administração pública leccese e da Universidade de Salento, que pretende estimular e valorizar novos talentos no cinema (curtas, vídeo-clips e spots), na música (piano, violino e canto), na literatura (poesia em italiano, em dialeto e conto) e nas artes plásticas (pintura e escultura), promovendo mostras itinerantes nos lugares mais sugestivos da antiquíssima cidade (colonizada pelos gregos na época da Guerra de Troia!). Neste concurso recebi dois prêmios: fui o vencedor da categoria “poesia em italiano”, além de ser agraciado com o premio da crítica para a literatura, pela melhor composição de todas as demais subcategorias literárias do certame.

A cerimônia de premiação aconteceu no majestoso palácio do governo e foi presidida pela presidente da 3ª Circunscrição, Mariangela De Carlo, contando com a presença de autoridades locais e regionais, da imprensa e de convidados. Recebi o troféu das mãos do prefeito da cidade, que disse ser importantíssimo receber um prêmio literário dessa magnitude, e mais ainda quando não se é falante nativo da língua, como é o meu caso.

Transcrevo, na sequência, o meu discurso, proferido originalmente em italiano:

“Enquanto saúdo os presentes, desejo expressar minha enorme alegria por estar aqui emLecce, recebendo a premiação desse importantíssimo concurso artístico, o Prêmio Primaverart, que reuniu, como os senhores sabem, obras de diversos artistas, não somente italianos.

Para mim, que sou brasileiro de origem e de coração, mas também amante da língua dantesca, este prêmio tem um significado muito especial: conforme os senhores mesmos aludiram enfaticamente, sou o primeiro poeta estrangeiro a vencer um concurso literário na Itália com líricas em italiano. Para mim, além disso, é quase inacreditável que minha poesia, que canta geralmente as coisas simples da vida cotidiana, seja reconhecida aqui na Itália, em Lecce, Cidade da Arte.

Permaneci aqui esta semana e pude ver, em cada giro no imponente e belíssimo centro histórico, que o amor pela arte é sem dúvidas uma das principais características dessa cultura há milhares de anos. Portanto, ser premiado nesta terra de cultura milenar causa-me uma sensação inexplicável.

Não posso, portanto, deixar de agradecer a Deus, a minha família, aos colegas, amigos, alunos e leitores. Um agradecimento de coração à Srª Mariangela De Carlo, presidente da 3ª Circunscrição de Lecce, pelo apoio e pela atenção durante minha estada na Puglia.

Assim diz Camilo Castelo Branco, grande nome da literatura portuguesa: ‘A poesia não tem presente: ou é esperança, ou é saudade’. Assim, espero verdadeiramente que a poesia estimulada pelos senhores possa recordar sempre ao povo leccese o seu glorioso passado, com nostalgia, com ‘saudade’, e o leve a escrever, em belos versos, o próprio futuro.

Muito obrigado a Lecce, terra que levarei comigo dentro do coração com muitas saudades.”

Após a cerimônia, segui para a Universidade de Salento, para uma conversa com os alunos de Letras sobre Literatura Brasiliera e sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Certamente, foi um dos momentos mais importantes e emocionantes da minha vida. Espero que essas premiações motivem a tantos outros, peabirutas ou não, para que também sintam essa ânsia de escrever, de produzir.

Rabiscar, para mim, é uma necessidade, quase física.

Eu vou continuar escrevendo. Conituem lendo meus rabiscos, por favor!