sábado, 26 de julho de 2008

Vento

Quisera
mudar-me em sopro
vento
brisa branda
e jogar-me em vôo
solto!

Roubar pelas matas
errante
pétalas de açucena
e jogá-las em confete
no teu colo sutil
Tocar suave teu rosto
Soprar leve teus cachos
se cansada
sozinha
deitares à sombra do ipê-rocho
refrigério
e sentir-me no ar
dente-de-leão
pétalas no chão
Abranger teu corpo meigo
eu
vento apaixonado
Agitar teu vestido
sopro volúvel
caindo aragem
de teus seios aos quadris
fitar ligeiro teus olhos
frutos de castanheira
Contemplar teus dentes
alvo ramo de azaléias
Beijar tua alma
eu
brisa pungente
consagrar-me à tua carne moça
E em seguida
retornar
eu
livre
às mesmas matas
santuário


Nenhum comentário: