domingo, 10 de agosto de 2008

Pai


De você, amo o silêncio
e não as palavras
Prefiro as não ditas, as caladas
omissas


De você, amo a prudência
dizer ponderado, vizinha distância
concisa


De você, amo o terço
e os joelhos constantes, dobrados
devotos


De você, amo os calos
nas mãos operárias, pedreiras
dignas


Amo-lhe ainda a instrução imperfeita
as letras trêmulas, vacilantes
breves


De você, amo o que os outros não amam
e tudo que não sei expressar além
do empecilho.
A rudeza que estes versos reclamam
dizem apenas que quero-lhe bem.
Teu filho.

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