A democracia, sendo uma junção de instituições destinadas a dar legitimidade ao exercício do poder político, deveria responder coerentemente a três perguntas-chaves:
1. É possível produzir mudanças na sociedade sem violência?
2. É possível, de modo eficaz e transparente, fiscalizar aqueles que estão no poder?
3. É possível que o povo tenha voz no exercício do poder?
Li numa obra em italiano do sociólogo anglo-alemão Ralf Gustav Dahrendorf (que, como eu, também nasceu no Dia do Trabalho), algumas coisas interessantes, que me fizeram pensar: será que vivemos mesmo numa democracia? Estou convencido que não, pelos seguintes motivos:
A política custa. Os candidatos que querem ser eleitos, apesar do que o TRE define, devem ou ser ricos ou ser parasitas de ricos. Trata-se dum grande obstáculo para a democracia na era do capitalismo moderno.
A política fede. Já nos acostumamos com manchetes sobre corrupção que envolvem políticos brasileiros em todas as épocas. E, analisando esses escândalos, descobre-se que todos têm origem em um líder-mor que precisa de grana para financiar a máquina de seus partidos e levar assim a si mesmo e os seus amiguinhos ao poder. Há também o fedor dos políticos que representam os próprios bolsos, que pensam somente no próprio umbigo e fazem do próprio mandato um verdadeiro cabide de emprego fixo, bem remunerado e de elevada visibilidade. Renunciar a esses cargos significa perder o salário, entrar no verdadeiro mercado de trabalho, aprender a viver com o suor do próprio rosto.
A política é ineficaz. Os políticos, quando não estão ocupados com benefícios próprios, precisam atender aos interesses de seus partidos que, geralmente, não são os mesmos dos seus representados: o povo. Mas, por causa do povo, tem que explicar e tentar convencê-lo até a exaustão sobre as próprias decisões são necessárias ao bem-estar comum: mesmo que não agrade, mesmo se não se veja necessidade alguma, mesmo se se considere perda de tempo. Política é fazer as coisas por meio da persuasão e do debate, e não dar ordens e impor decisões.
A política engana. Porque mesmo quando se trata de democracia direta, potencialmente suportável pelos meios de comunicação, como a TV e a própria Internet, a política pode ser facilmente manipulável.
Até na minha pacata Peabiru, por exemplo, conseguiram dar fim para metade das contribuições dos educadores. E ainda há professores – leia bem: PROFESSORES! – que foram facilmente convencidos de que isso era legal, necessário.
Generalizei? Talvez. Peço, porém, desculpas àqueles políticos que, com toda a sua honestidade intelectual, conseguem olhar para o espelho sem medo de levar uma cuspida na cara.
Fico com as palavras do Marques de Maricá, senador e ministro da fazenda na época do Brasil Império: "A democracia é como a tesoura do jardineiro, que decota para igualar; a mediocridade é o seu elemento".
1. É possível produzir mudanças na sociedade sem violência?
2. É possível, de modo eficaz e transparente, fiscalizar aqueles que estão no poder?
3. É possível que o povo tenha voz no exercício do poder?
Li numa obra em italiano do sociólogo anglo-alemão Ralf Gustav Dahrendorf (que, como eu, também nasceu no Dia do Trabalho), algumas coisas interessantes, que me fizeram pensar: será que vivemos mesmo numa democracia? Estou convencido que não, pelos seguintes motivos:
A política custa. Os candidatos que querem ser eleitos, apesar do que o TRE define, devem ou ser ricos ou ser parasitas de ricos. Trata-se dum grande obstáculo para a democracia na era do capitalismo moderno.
A política fede. Já nos acostumamos com manchetes sobre corrupção que envolvem políticos brasileiros em todas as épocas. E, analisando esses escândalos, descobre-se que todos têm origem em um líder-mor que precisa de grana para financiar a máquina de seus partidos e levar assim a si mesmo e os seus amiguinhos ao poder. Há também o fedor dos políticos que representam os próprios bolsos, que pensam somente no próprio umbigo e fazem do próprio mandato um verdadeiro cabide de emprego fixo, bem remunerado e de elevada visibilidade. Renunciar a esses cargos significa perder o salário, entrar no verdadeiro mercado de trabalho, aprender a viver com o suor do próprio rosto.
A política é ineficaz. Os políticos, quando não estão ocupados com benefícios próprios, precisam atender aos interesses de seus partidos que, geralmente, não são os mesmos dos seus representados: o povo. Mas, por causa do povo, tem que explicar e tentar convencê-lo até a exaustão sobre as próprias decisões são necessárias ao bem-estar comum: mesmo que não agrade, mesmo se não se veja necessidade alguma, mesmo se se considere perda de tempo. Política é fazer as coisas por meio da persuasão e do debate, e não dar ordens e impor decisões.
A política engana. Porque mesmo quando se trata de democracia direta, potencialmente suportável pelos meios de comunicação, como a TV e a própria Internet, a política pode ser facilmente manipulável.
Até na minha pacata Peabiru, por exemplo, conseguiram dar fim para metade das contribuições dos educadores. E ainda há professores – leia bem: PROFESSORES! – que foram facilmente convencidos de que isso era legal, necessário.
Generalizei? Talvez. Peço, porém, desculpas àqueles políticos que, com toda a sua honestidade intelectual, conseguem olhar para o espelho sem medo de levar uma cuspida na cara.
Fico com as palavras do Marques de Maricá, senador e ministro da fazenda na época do Brasil Império: "A democracia é como a tesoura do jardineiro, que decota para igualar; a mediocridade é o seu elemento".
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